O destino da internet no mundo começou a ser discutido ontem em Dubai, nos Emirados Árabes, na conferência de telecomunicações da União Internacional das Telecomunicações (UIT), órgão ligado à ONU. O evento, que reúne governos e empresas, começou, porém, sob o signo da desconfiança. A grande questão é se as mudanças que serão discutidas vão interferir na liberdade de expressão na internet.
Para o secretário-geral da UIT, Hamadoun Touré, esses temores são totalmente infundados. Dirigindo-se aos participantes do evento na abertura da reunião, ele excluiu qualquer questionamento sobre a liberdade de expressão. "Nada pode deter a liberdade de expressão no mundo e nada nessa conferência vai afetar isso." Segundo Touré, essa era uma maneira ruim de se começar a conferência - que vai até o dia 14.
O site de buscas Google, umas das principais empresas que participam do evento, alertou que propostas de vários governos inibindo a liberdade de expressão teriam repercussões muito graves na rede, se aprovadas na conferência. "Algumas propostas podem permitir que os governos possam censurar questões legítimas ou mesmo cortar o acesso à internet", disse, num comunicado divulgado antes do evento, Bill Echikson, diretor do Google para a liberdade de expressão na Europa, Oriente Médio e África.
O gigante da internet também fez questão de deixar clara sua posição de que a UIT não é o órgão competente para tratar das questões relativa à internet. "Embora a UIT venha ajudando mundo a administrar as frequências de rádio e as redes telefônicas, não é o lugar adequado para tomar decisões relativas ao futuro da rede", disse Echikson, lembrando que "só os governos têm direito de voto na UIT".
Mas Touré, cuja organização conta com 193 Estados-membros e mais de 700 instituições acadêmicas e do setor privado, salientou que todas as decisões da UIT são tomadas "por consenso".
Fonte: O Estado de São Paulo, seção Economia, via Clipping AASP.
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