Cuidado! Você vai pagar mais caro

Por Flávio Jancowski Representante da Associação Brasileira do Mercado Imobiliário  Claro que vai! Sabe por quê? Todo proprietário que quer vender ou alugar um imóvel tem que procurar saber o real valor de mercado da sua propriedade. E vai fazê-lo, naturalmente, junto aos profissionais do próprio mercado, pois são eles que têm condições de melhor avaliar as possibilidades de colocação do produto naquele exato momento. A dinâmica da economia exige atenção constante de todos os agentes que participam desse complexo mercadológico. Às vezes, o mercado é mais comprador e os corretores vão avaliar um preço mais alto. Em outras, o mercado é mais vendedor e, em não raras ocasiões, muito apático, sem força ou motivação, como costuma acontecer em vésperas de mudanças políticas, festas de fim de ano, carnavais e outros que tais. O fato é que os preços variam de acordo com as nuances que influenciam o comportamento do mercado, e contra isso não há muito que se fazer. Claro que um pesado investimento publicitário pode alterar as coisas, mas cremos que não é esse o caso em foco. Quando o proprietário não aceita essa evidência, achando que o seu imóvel vale muito mais, por essa ou aquela razão, passa a tachar o seu consultado de “incompetente”, e depois de procurar vários outros corretores e obter a mesma resposta. Até porque a verdade é uma só: todos passam a ser “incompetentes”. Daí por diante ele toma o assunto como desafio à sua capacidade e contra tudo e contra todos manda fazer a sua placa de VENDE-SE – DIRETO COM O PROPRIETÁRIO. E, com isso, sugere que o comprador que fizer negócio com ele diretamente, sem a intermediação desses “aproveitadores”, vai beneficiar-se com um preço bem mais baixo porque “não vai estar onerado com a elevada taxa de comissão que esse pessoal cobra...”. Aí sim é que o potencial interessado, atraído pela armadilha que a oportunidade se lhe afigura, vai acabar pagando muito mais pelo “só eu sei como foi duro construir esse imóvel”, ou “aqui só tem material de primeira que eu fui buscar...”, ou ainda “quando eu comprei, o dólar estava a...”, quando não, “foi aqui que eu passei os melhores anos da minha vida...”. E  você, comprador, vai ter que pagar por tudo isso, e se não pagar também vai ser classificado como “não tem padrão pra isso”, ou de “espertinho” porque “o que ele está pensando que eu sou, um trouxa?” E muito mais que, para um bom entendedor, essa meia palavra de desabafo basta. Artigo publicado em 29/02/2012

FONTE: NOTICENTER