Como reforço ao cenário de recrudescimento
nos ataques de hackers a companhias e governos em todo o mundo, uma
pesquisa divulgada ontem pela PricewaterhouseCoopers (PwC) apontou que
32% das empresas brasileiras revelaram terem sido vítimas de incidentes
dessa natureza nos últimos 12 meses. O número ficou acima do índice
global de 23%.
O estudo foi realizado junto a 3.877 profissionais de 72 países,
abrangendo presidentes, diretores e outros executivos de níveis
estratégicos. No Brasil, 115 entrevistados participaram do levantamento.
Considerando os crimes cometidos por meio de computadores e da
internet, a PwC definiu cinco categorias de crimes digitais na
abordagem: crimes financeiros; espionagens; ataques de governos a
governos ou a empresas privadas; terrorismo; e ativismo.
Sob essas classificações, a pesquisa destacou que o crime digital já
é o segundo tipo de delito econômico no Brasil, atrás apenas do roubo
de ativos, vertente que foi citada por 68,4% dos entrevistados. Na
edição anterior do estudo, realizada em 2009, esses ataques nem foram
citados entre os mais relevantes no país.
Ao mesmo tempo, 45% dos executivos disseram acreditar que os riscos
no ambiente digital cresceram nos últimos 12 meses. Entre as empresas
atacadas, 84% identificaram de uma a dez ocorrências nesse intervalo,
sendo que 5% delas tiveram prejuízos de US$ 100 milhões a US$ 1 bilhão.
Entre os principais temores das organizações vítimas dos
cibercriminosos, 63% dos participantes no país apontaram os danos à
reputação. A interrupção de serviços e as perdas financeiras vieram logo
em seguida, com 50% e 48% respectivamente.
Como fator agravante, 15% dos entrevistados no país disseram não
saber identificar se suas organizações sofreram alguma fraude no
período. O estudo também ressaltou que as empresas ainda privilegiam uma
postura reativa, em detrimento da adoção de políticas de prevenção aos
ataques. Nesse contexto, 51% dos participantes afirmaram que suas
companhias não adotam processos de verificação de ameaças de crimes
digitais, e 37% delas não realizaram qualquer tipo de treinamento em
segurança digital no período.
Em relação à origem das ameaças, 44% dos entrevistados disseram
acreditar que as fraudes têm origem tanto externa quanto internamente;
24% acham que têm origem interna; e outros 24% ressaltaram que a ameaça é
apenas externa.
Moacir Drska - De São Paulo
FONTE: Clipping AASP, 24/02/2012.
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