O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) condenou na tarde desta
terça-feira o desembargador Roberto Wider, do Tribunal de Justiça do Rio
de Janeiro (TJ-RJ), à aposentadoria compulsória - pena máxima em um
processo disciplinar. A decisão foi tomada por 12 votos a dois. Wider
foi acusado de favorecer o lobista Eduardo Raschkovsky, de quem é amigo,
em decisões administrativas e judiciais.
O principal motivo
citado no processo foi a nomeação, sem concurso público, de dois
advogados do escritório L. Montenegro Associados, administrado por
Raschkovsky, para comandar cartórios no Rio e em São Gonçalo. As
nomeações foram feitas na época em que Wider exercia a função de
corregedor do TJ-RJ. A defesa de Wider negou o envolvimento em
irregularidades e pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). A
condenação ocorre uma semana depois de o Supremo decidir que o CNJ tem o
poder de investigar, diretamente, magistrados acusados de
irregularidades.
Wider está afastado do TJ-RJ desde janeiro de
2010, quando foi aberto processo no CNJ para investigá-lo. Também
tramita no Conselho outro procedimento contra o desembargador, para
apurar acusações de enriquecimento ilícito.
O processo que
investigou o esquema de favorecimento começou a ser julgado em agosto de
2011. Na ocasião, o relator do caso no CNJ, conselheiro Fernando
Tourinho, votou pelo arquivamento, por entender que não havia provas de
que Wider manteria relação de amizade com o lobista e os advogados
indicados para os cartórios. Em seguida, a corregedora nacional de
Justiça, ministra Eliana Calmon, votou pela condenação do desembargador à
pena máxima. O entendimento foi seguido hoje pela maioria dos
integrantes do CNJ. Além de Tourinho, o conselheiro Sílvio Rocha votou
pela absolvição.
Fonte: Valor
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