O
ministro João Oreste Dalazen, presidente do Tribunal Superior do
Trabalho (TST), destacou em seu discurso na solenidade de abertura do
16º Conamat que o tema do evento - Uma nova sociedade. Um novo juiz do
Trabalho - demanda um debate sobre temas relevantes para a Justiça do
Trabalho e o Poder Judiciário. "Embora o mundo haja sempre palmilhado de
transformações, não se pode negar que em nenhum outro momento das
metamorfoses foram tão profundas e velozes do que na era do saber e da
informação. E somos afetados em quase todas as dimensões da nossa vida
pela tecnologia da informação", disse.
Para o
ministro, impõe-se ao Direito do Trabalho o enfrentamento de novos
aspectos e de seus problemas, a exemplo do controle da jornada
teletrabalho e das doenças profissionais típicas da nova era. "Os juízes
do Trabalho se terão novos problemas advindos de uma nova sociedade que
ora emerge", disse. Porém, na visão do magistrado, a globalização
demanda também uma preocupação com a precarização dos direitos. "Compete
à Justiça do Trabalho cumprir o seu papel de algodão entre cristais
garantindo o trabalho decente e um patamar civilizatório aceitável",
disse.
Sobre o papel do magistrado, Dalazen afirmou
que o juiz do Trabalho possui a "missão de julgar o próximo e ocupar
indispensável lugar na construção da democracia e da preservação da
cidadania". Para isso, segundo o magistrado, perdeu-se no tempo a figura
do juiz na torre de marfim. "O juiz que não interage com o povo não
conhece a sociedade em que milite. Os novos tempos exigem que o juiz
dialogue com a comunidade", ressaltou.
O presidente
também falou da atuação do TST em questões atuais e afetas a Justiça do
Trabalho e que dizem respeito à efetividade da prestação jurisdicional,
a exemplo do aprimoramento da execução trabalhista e da Certidão
Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT). "O tempo não perdoa nem socorre
os que dormem. Não há justiça que mereça respeito sem que suas
sentenças sejam cumpridas em tempo razoável", alertou.
Ao
final de sua exposição, o presidente do TST falou da importância do
engajamento dos juízes do Trabalho no Programa Nacional de Prevenção de
Acidentes do Trabalho, que conta com diversos parceiros institucionais, a
exemplo da Anamatra e das Amatras. "O programa dissemina a premissa da
superioridade da prevenção sobre a reparação.", finalizou.
Fonte: LEXMAGISTER, http://www.editoramagister.com/noticia
Nenhum comentário:
Postar um comentário